Caminhando sozinha, eu me lembro
das lagrimas a caírem enquanto olho para os pés, tudo parece escuro como a
noite, meu coração apertado não tem esperanças para ver a luz de alguma manha,
foram tantas mentiras sobre quem eu sou, que me confundo sobre o que deveria
pensar, meu único pensamento é ir, caminhar sem parar pra pensar em tantos
erros que me trouxeram ao mundo, que me fizeram existir. Não entendo por
taparam meus olhos, e esconderam dos meus ouvidos a verdade por todos estes
anos, nunca questionei, sempre fui calada, submissa as peças que me enganavam,
mas ao olhar para os meus pés penso, são pés de quem? Onde eles me levaram,
será que me levaram aos mesmos erros de que me pôs no mundo, e quando meus olhos embaçam pelas lagrimas
fico mais perdida e distante de algum dia encontras a luz de uma manha
qualquer, onde estarei segura de quem foram. Parece um incêndio, onde as portas
estão fechadas e as cortinas queimando, e eu não tenho força para levantar e
pular a janela, sinto que nunca estarei segura realmente e que lutar e inútil pois
sempre haverão respostas e nomes que minha memoria insiste em esquecer, já ouvi
tudo que deveria, mas isso nunca vai me saciar, já busquei de todas as formas
me sentir alheia a meu próprio passado, já disse que estaria tudo bem, mas
nunca me senti segura, estou perdida em meus pensamentos a tanto tempo que
seguir é minha única opção, submissa sem perturbar ninguém com o que eu deveria
saber, sem perturbar ninguém com historias de quando meus pés ainda não
existiam, sem deixar que percebam que uma parte de mim está incendiando e
acabando com o que chamam de sentir-se viva.
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