sexta-feira, 1 de junho de 2012

As mãos de meus Avós


Mãos frigidas, enrugadas, cabos de inchada, tanques e tanques, maquinas de costura, mão fortes, sofridas, mãos que acariciam timidamente, mãos que repreendem, mãos que não se cansam de buscar o pão, copos de cachaça, xicaras de café, fumos de palha,  vinhas e vinhas, mãos que acariciam o cachorro, que lavam as janelas, que amassam o pão e debulham o milho, mãos que usam martelos, mãos que cuidadosamente brincam com formão, mãos que consertam, que fazem rendas, mãos que protegem, mãos omissas, encabuladas, desajeitadas, mãos que plantam, mãos que colhem, que podam as rosas, mãos que enceram o chão, mão que limpam o rosto do choro, mãos que escondem a dor, a decepção, mãos, belas mãos.  Mãos cansadas, vividas, mãos solitárias, mãos.



*homenagem a estes que me ensinaram tanto, com suas mãos. 

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