domingo, 1 de julho de 2012

Palavras dançantes


Da imensidão do salão de chão tão marrom, das luzes amarelas e dos sapatos engraxados,  tilintar dos copos,  talheres de prata polida,  belos vestidos,  luvas brancas. Teclas brancas e pretas, pautas, suaves notas pelo ar, melancolia, estende-se a mão, e se embala com o olhar, sutileza,  uma pausa, embalar. Abra os olhos, veja os raios de sol, partículas de pó a dançar, suaves notas mudas, inocente, inexistente, boca incoerente, tão boba, tão boa, mãos desapercebidas, tão tola, tão chula, mente insana, tão fraca, estanca, coração tão frágil, dissoluto, enfado perpetuo de erros, acertos incorretos, turbulento motim, derradeiro falar. Feche os olhos, tente voltar ao salão, apenas, reflexos vermelhos do sol sobre as pálpebras, palpitar, mais uma vez, acorde meu bem, pés pelas mãos,  parcas palavras,  abra os olhos, sem salão, sem luzes amarelas, apenas palavras tortas,  somente suas palavras dançantes.   

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